segunda-feira, 22 de março de 2010

Seriedade

Dia desses ouvi um integrante da equipe de governo, em entrevista à Rede Globo, dizendo de forma irritada que o Brasil deveria ser tratado com respeito, pois o Brasil é um país sério.

Confesso que a declaração me causou certa inquietação, porque acredito que de certa forma eu, como a grande maioria dos brasileiros, já perdi a fé neste país.

Mas, analisando melhor, cheguei à seguinte conclusão:

O Brasil é um país sério. Mas tem a política brasileira.

É incrível a hipocrisia dos políticos e pseudo-intelectuais brasileiros, defendendo o sistema político brasileiro.

A política brasileira é tratada da mesma forma como o futebol. Fanaticamente.
Querem nos convencer de que o correto é votar em um partido - como se ele realmente fosse um conglomerado de idéias únicas - e não em pessoas, que são quem efetivamente assumirão o mandato.

Ou seja, você deveria votar no João, porque sabe que o João é honesto e que mesmo quando não era político ele já fazia coisas nobres e lutava pelos direitos do bairro ou da cidade dele. Mas se você votar no João, pode ser que mesmo que ele seja mais votado que o Paulo - aquele sindicalista canalha de passado obscuro e que enriqueceu às custas do sindicato -, quem assumirá a cadeira será o Paulo, porque a coligação de partidos o elegerá.

Assim, ao contrário do que se propõe, a vontade da maioria é anulada pelas negociatas entre partidos, a sua grande maioria partidos de aluguel.

Um país que tem um sistema político como o nosso, não pode ser um país sério.

O Brasil é um país sério. Mas tem a justiça brasileira.
Acredito que qualquer coisa que se diga neste sentido é - desculpem a expressão ridícula - "chover no molhado".
Um garoto é arrastado quilômetros, preso ao cinto de segurança de um carro roubado por bandidos. Morto de forma cruel e violenta. Pouco tempo depois o adolescente envolvido no crime é libertado e incluído em um programa de proteção custeado pelo governo.
Um bêbado, reincidente pela quarta vez, atropela e mata um pai e seu filho de sete meses. Por se tratar de crime afiançavel, o máximo que o juiz consegue é mantê-lo por uma semana na cadeia.
Nossas leis são criadas por bandidos, votadas por bandidos, sancionadas por bandidos, mantida por bandidos e julgadas por bandidos.
Apenas o crime é organizado, nossa justiça é cega, surda, muda e facilmente corrompível.
Um país que tem uma justiça como a nossa, não pode ser um país sério.

O Brasil é um país sério. Mas tem as organizações não governamentais.
Estas sim mandam e desmandam. São a maior fonte de desvios de recursos.
Hoje temos ONGS pra tudo. A favor de tudo (ecologia, meio-ambiente, direitos humanos, ...) e contra tudo (fome, maltratos a animais, violação dos direitos humanos, ...).
Dinheiro público é destinado à tais entidades e ninguém controla, verifica, supervisiona ou sequer fica sabendo pra onde vai.
Não são poucos os casos envolvendo este tipo de entidade.
Apesar de não ser exatamente uma ONG, o MST é o melhor exemplo do pior que existe nestas instituições. Não são poucos os casos vistos de baderna, arruaça e destruição de patrimônio, promovido por estes bandidos, patrocinados pelo governo do PT.
Um país que tem organizações como estas, não pode ser um país sério.


O Brasil é um país sério. Mas tem o povo brasileiro.
Êta povinho ruim o nosso.
São capazes de promover verdadeira guerra civil por causa de uma porcaria de um time de futebol, mas são incapazes de se organizar, unirem-se e exigir transparência e honestidade dos políticos, da justiça e de tudo o mais que o cerca.
Um povo extremamente desonesto que merece os políticos que tem.
Um povo preguiçoso, exatamente como sua justiça.
Um povo que mesmo tendo o maior índice de corrupção do mundo, os piores índices de desenvolvimento, a mais baixa taxa de educação, ainda acredita que Deus é brasileiro, que o brasileiro não desiste nunca e que nós somos o país do futuro.
Um povo acostumado ao assistencialismo e paternalismo de governos populistas. Que vive de bolsa-educação, bolsa-família e vale-gás.
Um país onde um detento custa mais ao estado que o funcionário honesto e cumpridor de suas funções.
Onde ser honesto é ser otário. Ser puta dá ibope em programa de tv.
Um país que tem um povo como o nosso, sem identidade e sem cultura, não é, nunca foi e jamais será um país sério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário